Confusão

Estou confusa. Com medo.
Insônia, pesadêlos, lembranças e promessas.
Estou louca? Não sei.
Só sei que não consigo ter paz, não consigo descansar.
Sinto a solidão me corroer, como se eu fosse um toco de madeira entregue aos cupins.
Tenho a sensação de estar caindo em um abismo, e ninguém pode me salvar.
Vejo a minha vida passando como um filme, terá a hora da minha morte chegado?
Sou apenas espectadora da minha própria vida.
Não sei o que está acontecendo, não sei nem mesmo se há algo acontecendo.
Talvez, esteja paranóica.
Talvez, apenas esteja stressada.
Sinceridade?
Não sei.
Não quero que as pessoas apenas passem em minha vida.
Estou com medo de que a promessa quebrada se repita.
Me acostumei a ser quem sou, as vezes não gosto, mas já acostumei.
Portanto, peço que me permitam, que não me julguem.
Tristeza.
Meu passado me assombra.
Os fantasmas vêm puxar me pé.
Os espíritos sussuram em meus ouvidos.
Vejo sombras.
Existe uma mancha que enegrece tudo ao redor.
O sangue é a ferida.
A culpa me atormenta, a infância, sem inocência, não quer me abandonar.
Eu quero abandoná-la.
Tentei esquecer, agora enfrento.
Carne: dilacerada.
Alma: sufocada.
Mente: pertubada.

Quando a criança descobre o poder, a pureza se vai.

I just wanna kiss you

Quanto de nós mesmos reprimimos??
Quantas palavras não ditas, beijos não roubados ou abraços não dados??
Tudo isso por que?
Por medo.
Medo de quê?
Da solidão?
Da loucura?
Ou da realidade?
O quanto de nossas atitudes determinam quem somos??
Dúvidas e mais dúvidas. O ser humano é feito de dúvidas.
A maioria delas sem resposta. E as respostas que temos ninguém nos pergunta.
Quantos sentimentos reprimidos.
Tanto que nos sufoca. Mas, uma hora tem de sair.
E cada um explode de um jeito, serão os cacos recolhidos??
Mascarar o que se sente: pode ser para enganar os outros ou a nós mesmos, pode ser para evitar sofrimento alheio o próprio, ou causar dor aos outros assim como também a si.
Quem disse que não temos vontade de sentir dor????
A dor, real por um tempo, vira cicatriz, marcada a ferro para sempre.

Saudades

Estava com saudades de uma pessoa muito especial, alguém que me conhece melhor do que ninguém, ela me acompanha há anos.
Ela faz o que gosta, passa horas pensando e falando bobagens.
Ela se diverte com os amigos, aproveita a vida.
Ela ama filosofar.
Ela assiste filmes interessantes e lê livros por prazer.
Ela é forte, é determinada, não se deixa abater, sempre corre atrás do que quer.
Ela erra, mas aprende com seus erros.
Ela cai, e muito, mas ela levanta e dá a volta por cima.
Ela não é ingênua, nem imatura.
Ela é autoconfiante, ela se ama.
Ela faz o que quer, e não o que mandam.
Ela anda pelas ruas sem rumo, apenas descobrindo novos lugares.
Ela não tem medo do desconhecido, ela se entrega ao novo.
Ela é diferente, é única, é autêntica.
Mas o mais importante, apesar de tudo isso ela tem defeitos (muitos), e sabe disso, mas isso não a impede de reconhecer suas qualidades.
Sem falsa modéstia. Porque ela odeia hipocrisia.
Ela sabe que deve encontrar o equilíbrio, a estabilidade.
Ela não é perfeita e nem quer ser.
Ela não é santa e odiaria ser tida como tal.
Ela diz o que pensa.
Ela é contraditória, vive mudando.
Ela tem um senso de humor estranho.
Ela ri de tragédias. Ela chora em comédias.
Ela ama pessoas inteligentes, e procura cercar-se delas.
Ela observa mais do que aparenta, ela dá valor aos detalhes.
Ela também tem medos, tem receios. Ela é insegura às vezes.
Ela é simplesmente ela.
Mas onde ela estava??
Sufocada, dentro de mim.

Desabafos de uma noite a mais

Que noite!!
Na verdade: que noites!!!
Cada dia que passa as noites da minha vida se superam.
O pior não é isso, o pior é saber que o que eu tinha mais medo se torna a parte mais fácil da noite.
Estou me sentindo um passarinho que foi liberto da gaiola, livre para voar.
Quanta coisa dita, quanta coisa revelada, e o melhor de tudo é saber que vai continuar o mesmo, é saber que você se enganou, só que para melhor.
Não importa o que aconteça, não importa o que digam, as pessoas que moram no nosso coração sempre irão morar, a menos que elas dêem motivos para sair de lá.
Fácil não é, mas foi beeeeem melhor assim.
E mais uma vez a grande lição deste ano: nada melhor do que uma boa conversa!!!

It's fire!!

Mais uma noite virada, mas essa noite começou muito bem.

Nada melhor do que sair com os amigos para beber e relaxar.

Parece que as coisas estão começando a melhorar.

Apesar do choque de realidade que ganhei de um amigo e que me deixou um pouquinho pensativa, o resto está indo tão bem que estou até com medo.

Também cansei de ser tímida e não lutar pelo o que quero, não vou ser boba mais não.

É, parece que estou brincando com fogo, mas quem disse que tenho medo de me queimar???

Se eu me queimar, o tratamento vai demorar um pouco e até ser um pouco doloroso, além de ficar uma cicatriz. Mas terá valido a pena, somente pela adrenalina, pelo risco.

Talvez (só talvez) eu goste de sofrer, mas como dizia Cazuza:

Minha flor, meu bebê

Dizem que tô louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair

Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

Que dia!

Tudo começou muito bem: eu virei a noite, portanto não perdi a hora, tomei meu café me arrumei e fui para a casa da minha avó.
Depois do almoço fui pra facul, até ai tudo bem, mas como tinha combinado com uma amiga fui pro bar, e aí foi a merda.

Sabe, bebida e rejeição não combinam muito bem, ainda para piorar adicione uma dose extra de sono, outra de carência e uma pitada de raiva, e bom, deu no que deu.

Não consegui assistir a aula de física, dormi no gramado da facul, voltei pra casa de taxi, não esperei o jantar: comi uma coxinha na padaria, e fui dormir. Aí acordo e pegunto pra minha colega de quarto se o jantar estava pronto, no que ela me respode: já são 11 e pouco da noite.

Mas que dia proveitoso!

Pode não ter sido dos melhores é fato, mas foi bom eu me sentir bêbada, sabe aquela sensação maravilhosa de liberdade?

É bebi mesmo, mas não só por beber, lá no fundo eu sabia o que estava fazendo, eu procurava no fundo do copo a liberdade que foi tomada, e não por um ditator cruel e maligno, nem pela minha família mas por uma coisinha simples que carrego comigo aonde quer que eu vá: o meu coração.

O coração não dita leis, não institui o AI-5, mas sua tortura é muito pior, é em doses homeopáticas, é a corrosão por dentro, você se torna apenar um corpo, uma casca, porque suas verdadeiras entranhas foram todas consumidas no desespero, na ânsia pelo ser amado.

Chega a ser patético, o que apenas uma pessoa é capaz de fazer com você, mas quem disse que os apaixonados não são idiotas perante o objeto de sua afeiçao??

Sou só mais uma na multidão.

The first...

Escrever não é o meu melhor talento, isto é um fato. Apesar de amar tanto ler quanto escrever.

O que me motivou a escrever este blog é simples: externar todas as loucuras que já não cabem mais em minha mente. Afinal todos precisam desabafar, como os ouvidos dos meu amigos não são eternos e desejo conservá-los resolvi escrever.

Pretendo realmente me dedicar à escrita, até mesmo para que eu possa melhorá-la.

Não estou nos meus melhores momentos, mas como é na dor e no ócio que se manifesta a arte. Espero que resulte em algo proveitoso para mim e para todos que lerem.

Deixo agora um trecho do Caio Fernando Abreu, autor apresentado a mim por um amigo muito querido:

"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."